sábado, 20 de julho de 2013

COMO APRENDEMOS A LINGUAGEM ESCRITA?



LET 175 / M 11 / ALFABETIZAÇÃO / Profa. Carla Coscarelli
ALUNO: RAQUEL TELES YEHEZKEL
TEMA: COMO APRENDEMOS A LINGUAGEM ESCRITA?
ATIVIDADE: ESQUEMA
DATA: 14.03.2007
FONTE: SOARES, Magda Becker e BATISTA, Antônio Augusto Gomes. Como aprendemos a linguagem. in: Alfabetização e Letramento. Belo Horizonte: Ceale, Fae, UFMG, 2005. p. 33-40.



COMO APRENDEMOS A LINGUAGEM ESCRITA?



Três pontos relevantes para responder a esta pergunta:
  1. “Aprender” não como equação de “aprender e ensinar”, mas como designação de que e como o ser humano apropria-se do mundo, de seus objetos e de si mesmo (designando os mecanismos psicológicos –  procedimentos, comportamentos, capacidades, conhecimentos – que nos permitem apreender algo).
  2. Saber como e o que pensam as crianças sobre determinado objeto de ensino e dominar uma teoria da aprendizagem para fazer intervenções produtivas (não apenas corrigir, mas conduzir a elaborações adequadas do funcionamento da linguagem escrita).
  3. Não existe apenas uma teoria da aprendizagem (escolhe-se a que se julga a mais adequada para determinado contexto).

Principais idéias que sustentam a aquisição (psicogênese: origem e desenvolvimento dos processos mentais relativos ao conhecimento de um determinado objeto) da linguagem escrita (originadas em Piaget):
  • O processo de aprendizagem da escrita se inicia antes mesmo da escola, no contato da criança em seu meio com a linguagem escrita.
  • O aprendizado não é imitação mecânica da escrita, mas a compreensão do que ela é e de como funciona.
  • Tentando compreender a escrita a criança faz perguntas e dá respostas baseada na experimentação.
  • As soluções encontradas pela criança para expressar a linguagem escrita não são erros, mas hipóteses que ela elabora baseada em suas experiências.
  • O desenvolvimento das hipóteses envolve construções progressivas com base na reelaboração de hipóteses anteriores.

Primeiras hipóteses das crianças sobre a escrita:
  • Busca distinguir a escrita do desenho: estabelece que letras e números “servem para ler”. Estabelece 2 princípios.
  1. Percebe que para ler precisa-se de, pelo menos, mais de uma letra.
  2. Percebe que os caracteres precisam ser diferentes, que “aaa” não pode ser lido.

Para que serve a escrita? Depois de estabelecer critérios básicos para diferenciar o que é passível de ser lido a criança volta sua atenção para a finalidade da escrita.
  • Serve para “dizer alguma coisa”. Os textos “dizem algo” (intenção comunicativa).
  • Essa “coisa” tem significados lingüísticos, em geral, “significado das coisas”.
  • Descobre que a escrita representa uma dimensão da linguagem humana.
Hipóteses fongráficas (fono/som – grafia/escrita: escrita do som)
  • Escrita de natureza fonográfica: representa o aspecto sonoro da linguagem, seu significante.
  • A criança imagina que a escrita tem natureza fonográfica.
  • Escreve-se o que se ouve, em sílabas. Como se cada caracter representasse uma sílaba.
  • Passagem da percepção silábica para alfabética: cada letra representaria um som.
Conflitos cognitivos:
1. Como escrever vocábulos monossílabos?
  • Pelo princípio da quantidade mínima de letras, apenas uma letra não pode fazer uma escrita, como representar “sol”, “mel” (“o”, “e”)?
2. Como escrever palavras com letras repetidas?
  • Pelo principio de variedade das letras, como escrever “papo”, “tatu” (“pp”, “tt”)?
3. Como escrever nomes conhecidos pela metade?
Tendem a aprender “de cor” a grafia de algumas palavras que quando confrontadas, na escola, com a hipótese silábica “sobram letras”, como sair dessa?
            Combinando consoantes e vogais ela passa a estabelecer que as palavras não são representadas por sílabas, mas por pequenas unidades que as compõem: o som /grafemas.
            A pesquisa psicogenética fornece contribuição fundamental para a alfabetização, para a organização de procedimentos de ensino-aprendizagem, de diagnóstico e de avaliação: o desenvolvimento da consciência fonológica seria um requisito importante para a apreensão de que a linguagem escrita representa essas unidades sonoras mínimas e sua correspondência com um grafema.
Perspectiva cognitiva considera:
  • Fluência da leitura como importante dimensão da alfabetização: o leitor preocupado com decodificação de cada unidade das palavras de um texto sobrecarrega a memória dificultando a compreensão.
  • Solução: desenvolvimento do automatismo da leitura.

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