LET 175 / M 11 /
ALFABETIZAÇÃO / Profa. Carla Coscarelli
ALUNO: RAQUEL TELES YEHEZKEL
TEMA: COMO APRENDEMOS
A LINGUAGEM ESCRITA?
ATIVIDADE: ESQUEMA
DATA: 14.03.2007
FONTE: SOARES, Magda
Becker e BATISTA, Antônio Augusto Gomes. Como aprendemos a linguagem. in: Alfabetização
e Letramento. Belo Horizonte: Ceale, Fae, UFMG, 2005. p. 33-40.
COMO
APRENDEMOS A LINGUAGEM ESCRITA?
Três pontos relevantes para responder a
esta pergunta:
- “Aprender” não como equação de “aprender e ensinar”, mas como designação de que e como o ser humano apropria-se do mundo, de seus objetos e de si mesmo (designando os mecanismos psicológicos – procedimentos, comportamentos, capacidades, conhecimentos – que nos permitem apreender algo).
- Saber como e o que pensam as crianças sobre determinado objeto de ensino e dominar uma teoria da aprendizagem para fazer intervenções produtivas (não apenas corrigir, mas conduzir a elaborações adequadas do funcionamento da linguagem escrita).
- Não existe apenas uma teoria da aprendizagem (escolhe-se a que se julga a mais adequada para determinado contexto).
Principais idéias que sustentam a
aquisição (psicogênese: origem e desenvolvimento
dos processos mentais relativos ao conhecimento de um determinado objeto) da
linguagem escrita (originadas em Piaget):
- O processo de aprendizagem da escrita se inicia antes mesmo da escola, no contato da criança em seu meio com a linguagem escrita.
- O aprendizado não é imitação mecânica da escrita, mas a compreensão do que ela é e de como funciona.
- Tentando compreender a escrita a criança faz perguntas e dá respostas baseada na experimentação.
- As soluções encontradas pela criança para expressar a linguagem escrita não são erros, mas hipóteses que ela elabora baseada em suas experiências.
- O desenvolvimento das hipóteses envolve construções progressivas com base na reelaboração de hipóteses anteriores.
Primeiras hipóteses das crianças sobre a
escrita:
- Busca distinguir a escrita do desenho: estabelece que letras e números “servem para ler”. Estabelece 2 princípios.
- Percebe que para ler precisa-se de, pelo menos, mais de uma letra.
- Percebe que os caracteres precisam ser diferentes, que “aaa” não pode ser lido.
Para que serve a escrita? Depois de estabelecer critérios básicos para diferenciar o que é
passível de ser lido a criança volta sua atenção para a finalidade da escrita.
- Serve para “dizer alguma coisa”. Os textos “dizem algo” (intenção comunicativa).
- Essa “coisa” tem significados lingüísticos, em geral, “significado das coisas”.
- Descobre que a escrita representa uma dimensão da linguagem humana.
Hipóteses fongráficas (fono/som – grafia/escrita: escrita do som)
- Escrita de natureza fonográfica: representa o aspecto sonoro da linguagem, seu significante.
- A criança imagina que a escrita tem natureza fonográfica.
- Escreve-se o que se ouve, em sílabas. Como se cada caracter representasse uma sílaba.
- Passagem da percepção silábica para alfabética: cada letra representaria um som.
Conflitos cognitivos:
1. Como escrever vocábulos monossílabos?
- Pelo princípio da quantidade mínima de letras, apenas uma letra não pode fazer uma escrita, como representar “sol”, “mel” (“o”, “e”)?
2. Como escrever palavras com letras
repetidas?
- Pelo principio de variedade das letras, como escrever “papo”, “tatu” (“pp”, “tt”)?
3. Como escrever nomes conhecidos pela
metade?
Tendem a aprender “de cor” a grafia de
algumas palavras que quando confrontadas, na escola, com a hipótese silábica
“sobram letras”, como sair dessa?
Combinando
consoantes e vogais ela passa a estabelecer que as palavras não são
representadas por sílabas, mas por pequenas unidades que as compõem: o som
/grafemas.
A
pesquisa psicogenética fornece contribuição fundamental para a alfabetização,
para a organização de procedimentos de ensino-aprendizagem, de diagnóstico e de
avaliação: o desenvolvimento da consciência fonológica seria um requisito
importante para a apreensão de que a linguagem escrita representa essas
unidades sonoras mínimas e sua correspondência com um grafema.
Perspectiva cognitiva considera:
- Fluência da leitura como importante dimensão da alfabetização: o leitor preocupado com decodificação de cada unidade das palavras de um texto sobrecarrega a memória dificultando a compreensão.
- Solução: desenvolvimento do automatismo da leitura.
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