ALUNO: RAQUEL TELES YEHEZKEL
CURSO: PRÁTICA DE ENSINO DE PORT. / MTE
605: PROFa. GRAÇA PAULINO
TAREFA: FICHAMENTO 1
FONTE:
COSTA VAL, Maria da Graça. “O que é produção de texto na escola?”. In: revista Presença
pedagógica. Mar./abril, 1998, v.4 n.20, p.83-87.
O
QUE É PRODUÇÃO DE TEXTO NA ESCOLA?
O texto discute
sobre a produção de textos nas escolas, definindo o termo e propondo estágios
para o processo de produção.
- Comparação
entre os textos: fazer (dar) composição, fazer (dar) redação,
empregados a até a década de 80 e o termo “produção de texto”, empregado
a partir de então. (p.83)
- Composição
e redação: termos focados no produto em detrimento do processo (atenção
à ortografia, pontuação e sintaxe, em detrimento à adequação conceituação e
comunicativa); língua pensada como estrutura exterior ao sujeito (Saussure) →
dimensão formal da língua mais atraente que seu funcionamento e sua significação.
(p.84)
- Com novos
modelos teóricos, a partir das décadas de 70 e 80, a concepção formalista, de
um sistema fechado, é contestada pelas: teoria da enunciação e do discurso,
vertente sócio-histórica da psicologia cognitiva, psicolingüística, ampliando a
concepção de língua para a de um sistema mais flexível, sensível ao contexto, que
aceita e prevê variações, ambigüidades, inovações no plano formal (do fonema à
sintaxe) e semântico (quando de sua utilização pelos falantes em processo de
interação verbal) e que se constitui pela ação de seus usuários.
- Mais tarde, a
teoria da enunciação de Bakthin, a linha francesa da Análise do Discurso, e a
concepção de Vigotsky sobre a linguagem irão inspirar a criação do termo produção
de texto (p.85), expressão que inclui a compreensão de que o processo de
compor envolve a situação em que ele é elaborado, em que será lido,
evidenciando o processo de elaborar o texto e suas condições de produção.
(p.84)
- João Vanderley
Geraldi (p.85), em 1986, discute a importância de adequar concepção teórica à
terminologia, lembrando que redação é uma escrita artificial,
tipicamente escolar, feita para cumprir obrigação e demonstrar, para o
professor/avaliador, aprendizado de aspectos formais, preocupado com o emprego
expressões bonitas e com linguagem nobre de texto escrito em detrimento à
legibilidade e coerência enquanto o texto pode ter circulação social,
pois é um meio de interação verbal, é a palavra de alguém que tem o que dizer e
é destinada a um interlocutor, “um texto escrito na escola, mas não para a
escola” (p.85)
- Produzir texto
na escola implica em inserir-se num processo se interlocução, assumir-se como
locutor, tendo algum motivo, algum objetivo, para algum interlocutor, em determinada
situação verbal (Bakhtin), realizando uma série de atividades mentais,
recursivas e independentes.
- Atividades
mentais:
1) Perceber o
contexto comunicativo: as próprias condições (quem sou, de que lugar
falo, o que pretendo, o que sei, em que acredito); condições do interlocutor
(quem é, que posição social ocupa, do que sabe, gosta , acredita, que expectativa
tem nessa situação, que tipo de relação é possível estabelecer com ele); circunstâncias ambientais e
sócio-históricas (em que situação estamos, grau de formalidade necessário,
dados contextuais partilhados, conhecimentos, crenças e valores culturais
comuns); meio de circulação do texto (livro, jornal, revista, outdoor,
bloco de recados).
A partir desses fatores contextuais
toma decisões quanto: ao ato da fala a ser realizado (quero
pedir, convencer, explicar, bajular, irritar); tipo de texto mais apto para
realizar esse ato (pedido direto, narrativa, argumentação, justificativa,
relatório, carta); à variedade lingüística (coloquial, dialetal regional,
culto).
2) Dominar o
assunto em pauta: ativando a memória, o que saber a respeito dele,
selecionar e elaborar aspectos relevantes e pertinentes à situação, organizar
as idéias em estrutura semanticamente coerente e compatível com o interlocutor.
3) Trabalho
de verbalização: encontrar as palavras e construir as frases, parágrafos,
seqüência.
A primeira e a segunda
atividades são de planejamento, pelo menos mental, do que se vai
escrever (define linhas gerais, definindo o rumo do texto) e têm a ver com a macroestrutura
do texto, a terceira, que tem a ver com a realização dessas decisões se
dá no plano microestrutural, é a execução, a verbalização, a
manifestação lingüística do que se planejou, por meio da relação de trabalho
entre o grafema → palavra → frase → parágrafo.
Deve-se traçar o plano
macroestrutural sem perder as linhas globais, o fio da meada. Ou seja, resolver
dificuldades ortográficas, lexicais, sintáticas, estilísticas e de pontuação,
sem esquecer os objetivos e o fio da meada do texto, “como um computador com
muitas janelas abertas ao mesmo tempo” (p.87).
- Outro tipos
de atividades:
1) Monitoração,
controle da própria escrita (cortar palavras, refazer frases, trocar frases
e parágrafos de lugar, reler o que já se escreveu antes de continuar).
2) Revisão
final do próprio texto: avaliação de adequação aos propósitos
comunicativos, preparação de sua forma de apresentação definitiva (distâncias
entre títulos e texto, destaques, ilustrações).
Só então o texto estaria pronto para
ir ao encontro do leitor.
- Todo esse
processo se chama produção de texto, e a sua integralidade que deveria
acontecer na escola, não importando o tempo nem quantas linhas, mas “se pôde
ser elaborado em condições adequadas, que permitiram ao aluno empenhar-se na
realização consciente e prazerosa de um trabalho lingüístico que faz sentido”
(p.87).
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