quarta-feira, 10 de julho de 2013

O TERMO "ONDE" E A NOÇÃO DE GRAMATICALIZAÇÃO



Liane Maria Miranda Cardoso
Raquel Teles Yehezkel









 

O TERMO “ONDE” E A NOÇÃO DE GRAMATICALIZAÇÃO





Trabalho requisitado pela disciplina
“Tópicos em sintaxe: Gramaticalização (LET 051)”,
ministrada pelo prof. dr. Lorenzo Vitral.








Faculdade de Letras, UFMG
Belo Horizonte Junho de 2007


1. DEFINIÇÕES E PRESSUPOSTOS TEÓRICOS

O conceito de gramaticalização estipulado por Millet (1912) serve como instrumento útil para descrever alguns processos da língua, podendo ser um quadro teórico ou um conjunto de referências teóricas usado para demonstrar as variações na língua em sua forma diacrônica.
Segundo Vitral (2006), baseado nos estágios previstos por Hopper e Traugott (1993), o processo de gramaticalização trata da “transição gradual de ‘palavras principais’ para ‘palavras acessórias’ e, enfim, para palavras gramaticais”, que, em seguida, transformam-se “em clíticos e afixo, antes de desaparecerem completamente”:

item lexical > item gramatical > clítico > afixo;


sendo justamente esse processo de surgimento de elementos gramaticais a partir da extensão do uso de itens lexicais o que chamamos de gramaticalização.
A gramaticalização é um processo unidirecional de mudança de um item lexical para um item gramatical, em que a mudança não ocorre abruptamente, mas passa por estágios onde as várias formas coexistem por um período de tempo, podendo a primeira cair em desuso. As novas formas surgem para preservar a especificidade da língua e preservarão algum resíduo do original, com novos sentidos agregados. A gramaticalização inicia-se na fala para depois chegar à escrita.
Vitral afirma que nos últimos anos os estudos de gramaticalização têm se dividido a partir de dois eixos principais, sendo que o primeiro, baseado nas idéias de Humbolt, enfatiza o papel da evolução das categorias da língua, evidenciando os processos diacrônicos no âmbito da oração que reanalisam itens lexicais que se transformam em itens gramaticais, tornando-se mais previsíveis. O segundo eixo evidencia a interação entre sintaxe e discurso, segundo o qual os padrões sintáticos resultariam do próprio uso, e, por isso, “os componentes gramaticais de qualquer língua não seriam unidades autônomas”.
            Baseados nos conceitos acima e também na orientação de Martelotta (1996) – que atenta para os diferentes sentidos em que o termo gramaticalização tem sido usado – focalizaremos no sentido dado por ele, em que gramaticalização “designa um processo unidirecional segundo o qual itens lexicais e construções sintáticas, em determinados contextos, passam a assumir funções gramaticais e, uma vez gramaticalizados, continuam a desenvolver novas funções gramaticais”, entendendo itens lexicais em termos prototípicos como “elementos que fazem referência a dados do universo biossocial: designam entidades, ações e qualidades” e itens gramaticais como aqueles que  “organizam os itens do léxico no discurso: ligam partes do texto, identificam partes do texto já mencionadas ou por mencionar, marcam estratégias interativas, expressam noções gramaticais como, por exemplo, tempo, aspecto e modo.” A partir desse arcabouço teórico observaremos, na abordagem a seguir, o processo de gramaticalização do onde.

1.1. Proposta e justificativa
Este trabalho tem como objetivo analisar os diferentes usos do onde à luz do processo de gramaticalização.
Estudando a questão da gramaticalização em sala de aula e atentos aos casos de  gramaticalização em língua portuguesa, nos deparamos com usos diversificados do onde. O onde é tradicionalmente classificado pelas gramáticas como advérbio de lugar e relativo – em ambos os casos com sentido referencial de lugar (locativo) –, mas tem-se visto que esta classificação não atende à variedade de usos que ele apresenta, tornando-se assim o motivo desta pesquisa. A diversidade de usos com sentidos deslocados provocam uma ruptura com o sentido referencial, originalmente de lugar, quer por questões sintáticas ou por questões semânticas. Este estudo é uma tentativa de descrever esse percurso, fazendo uma abordagem desses usos.
Verificamos também a possibilidade de adensamento teórico, introduzindo a questão das variações no uso das formas onde, donde e aonde, tendo como hipótese que o esvaziamento semântico do onde como referencial de lugar estaria criando uma tendência de usar o aonde no sentido restrito locativo, enquanto o onde assumiria na fala os sentidos mais esvaziados de partícula relativa, de causalidade e de tempo. Segundo Houaiss (2001), onde vem do latim unde, de onde, que no latim vulgar substituiu ubi, onde, no lugar em que, sentido estático que levou o advérbio a ser empregado regido por preposição como para onde, por onde, de onde = donde, a onde = aonde, desde onde, até onde.

“O uso desses advérbios, tanto regional (até hoje) como historicamente, nunca foi rigorosamente delimitado no espaço ideal, o que é obra das preceptivas gramaticais, que, na distinção das formas, buscam delimitar o espaço, partindo da base neutra onde e dela inferindo relações de acordo com as preposições regentes, o que nunca foi possível para com a dualidade aonde:adonde; sob as funções adonde, aonde, donde e onde, esse advérbio e variações ocorrem desde as origens da língua; onde, que passara a significar o caduco latim ubi ‘lugar em que’, passou a ser antecedido de outras preposições, como de de “proveniência’ (e, assim, donde), e como a de ‘destinação’ (e, assim, aonde), e ainda adonde, como equivalência de aonde a partir do momento em que onde e donde se fizeram sinônimos (donde em espanhol equivale ao nosso onde).” (Houaiss, p. 2064)

Concluímos, porém, no decorrer da pesquisa e com base no argumento de Houaiss, que, por se tratar de um termo amplamente empregado na língua, histórica e sincronicamente, essas variações e seus usos devem ser tema de um outro trabalho. Ainda assim, optamos por listar os casos de emprego do onde, donde e aonde para que sirvam de dados para um trabalho futuro.
Baseados no argumento proporcionado por Vitral (2006: 14) de que os “padrões sintáticos resultam do próprio uso”, o ponto inicial deste estudo foi o levantamento e descrições do onde em corpora que incluísse desde o português arcaico até o português moderno, com o objetivo de verificar sua variedade de usos e ver confirmada a justificativa apresentada.

2.       “ONDE”: GRAMATICALIZAÇÃO EM PROCESSO

            As gramáticas tradicionais classificam o onde como advérbio de lugar, advérbio interrogativo de lugar e locução adverbial de lugar (CUNHA, 1982, p. 498-501), como advérbio relativo empregado com antecedente (ROCHA LIMA, 2005, p. 176): “Fica ali a encruzilhada, onde ergueram uma cruz de pedra”, ou, simplesmente, como relativo (BECHARA, 2005:171), mas, em todos os casos, percebe-se que o termo estabelece unicamente a noção de lugar (locativo). Como em nosso estudo buscamos analisar os diferentes usos do onde à luz do paradigma da gramaticalização, tendo como principal argumento o esvaziamento semântico do termo, procuramos analisar contextos em que o onde mostre sinais de mudança no emprego e nas funções assumidas por ele no ato do discurso.

2.1. Gramaticalização do “onde” e a perda de conteúdo semântico

Conforme Hopper e Traugott (1993), na gramaticalização as variantes caminham de uma acepção concreta para uma mais abstrata, com esvaziamento semântico. O item lexical é mais livre e pode acontecer de forma independente, enquanto o item gramatical é mais preso pois só faz sentido na relação com outro. A mudança do item envolve uma reanálise da estrutura; ocorrida a reanálise começa a haver redução sintática e semântica. Com base nesse argumento, observando os contextos reais de comunicação oral e da escrita coloquial no português atual percebemos que o valor locativo do onde, de estabelecer uma noção de lugar, não está  tão claro.
Nossa hipótese é que o onde está passando por um processo de esvaziamento semântico e adquirindo novos usos. Além de seu emprego como advérbio de lugar e relativo (anafórico e catafórico) estabelecendo noção de lugar, reconhecidos pelas gramáticas tradicionais, percebemos outras três funções para o uso do onde:
          a) relativização do onde, usado com valor de pronome relativo, sem o sentido referencial de lugar, mas simplesmente como termo que reproduz “o sentido de um termo ou a totalidade de uma oração anterior e que não tem significação própria” conforme a definição de Rocha Lima para pronomes relativos (p. 116);
b) noção de causalidade, características de conjunções como pois e porque; 
          c) noção de tempo, usado no lugar de quando e enquanto.

O valor locativo do onde é o ponto de partida para sua gramaticalização. Os novos sentidos são inferidos do sentido original.

3.       ANÁLISE DO FENÔMENO

Tradicionalmente o onde é classificado como advérbio de lugar ou relativo que retoma a noção de lugar, mas no português atual o onde se esvazia semanticamente e adquire novas funções de cunho mais gramatical. Admitimos que há três trajetórias básicas que, partindo do valor locativo original do onde, geram diferentes formas de uso.
1) Uma das trajetórias faz com que o onde assuma papel de pronome relativo.
Ex.: O advento da cidade grega marca o declínio do sistema onde os juramentos decidiam através da força religiosa.
2) Outra trajetória leva o onde a assumir noção de causalidade.
Ex.: Pedro foi sorteado na loteria, foi onde ficou rico.
3) E, por último, o onde assume a noção de tempo.
Ex: A hora em que o  jogador escorregou, foi onde eles levaram o gol.

3.1. Corpora

Corpos utilizados: textos escritos no português arcaico do século XIII ao XVI, do português moderno século XVI ao XIX, do período contemporâneo séculos XX e XXI, e depoimentos transcritos na internet.
Entre os textos do período arcaico analisamos as ocorrências do onde em “Livro de Linhagens”, “Conselhos de João Duarte”, “Crônica de Dom João” e “Vereações do Funchal”. Do período moderno analisamos “Artes ilustradas”, “Barra Longa / Carta de Sesmaria”, “Antonil e Garção”. Dos contemporâneos: “Rosa: Sarrapalha”, “Bula de Remédio”, “Jornal Hoje em Dia” e “Heródoto”. Nesses corpora observamos 90 ocorrências do elemento onde com a seguinte distribuição:

·         13 ocorrências da forma donde;
·         38 ocorrências da forma aonde;
·         39 ocorrência da forma onde


 Período arcaico:       20 ocorrências com o valor de Lugar              90,9%
                             02 ocorrências com valor de pronome Relativo           9,1%
                                   22 ocorrências
2 ocorrências como pronome relativo:

·         e em como os vossos avoos, donde descendedes, por gram seu trabalho e por mortes e lazeiras, ganharom o reino de Portugal.” (donde com conotação de origem, mas não de lugar.)
·         “fazem mester de poer a christandade em a uentura donde se pode seguyr o contrario de todo o que cuydardes” (donde refere-se “a ventura”, que não expressa noção de lugar.)
           
Período Moderno:                 41 Lugar                      82%
                                                07 Relativo                  14%
                                                01 Causa                     2%
                                                01 Tempo                    2%
                                                50 Ocorrências
            Exemplos de ocorrências como pronome relativo:
·         “Fazei, senhora, guardar o silêncio, porque nele assiste Deus, aonde O há.”
·         “Se o Íris aparecer antes da tempestade, não houvera aquela universal rebelião das águas, aonde a sua braveza afogou o mundo.”
·         “que vem a ser muito maior o custo do adereço, que o do manjar aonde se consomem as manteigas nos fritos”
·         “20 deste Governo e honde mais tocar.” (e a quem mais tocar)
1 ocorrência como noção de causa:
·         “achará confusão e ignomínia no título de senhor de engenho, donde esperava acrescentamento de estimação e de crédito” (já que se esperava...; pois se esperava...) 
1 ocorrência com noção de tempo:
·         “para que vejam juntamente donde nasce o purgar bem ou mal” (quando nasce...)

  Período contemporâneo:    10 Lugar          55,5%
                                                 07 Relativo     38,9%
                                                 01 Tempo       5,6%
                                                18 Ocorrências
            Exemplos de ocorrências como pronome relativo:
·         “afirma sua disposição em implementar um método onde o rigor no tratamento às fontes e a objetividade ao relatar os acontecimentos ficam evidentes nas primeiras linhas da Guerra do Peloponeso.”
·         “as razões consideradas científicas não implica na existência de um princípio de exclusão, onde uma razão só pode existir quando anula a outra.”
·         “o advento da cidade grega marca o declínio do sistema onde os juramentos decidiam através da força religiosa”
·         “os rituais davam existência a zonas mágicas onde os poderes do mythos agia por gestos, como dançar, beber e cantar...”

1 ocorrência com noção de tempo:

·         “mas entende que a expulsão do colega foi o resultado de uma partida tensa, onde os ânimos estavam à flor da pele.” (quando os ânimos estavam a flor da pele.)

Depoimentos transcritos na internet: Analisamos o uso do onde também na fala contemporânea, observando depoimentos de pessoas que estão transcritos na internet, no site www.abcdaids.com.br . O resultado obtido foi de 10 ocorrências do onde, das quais foram:
                                                05 Lugar          50%
                                                03 Relativo      30%
                                                01 Causa         10%
                                                01 Tempo        10%
                                                10 Ocorrências

1 ocorrência como noção de causa:
·         “Apareceram gânglios em meu corpo e não sabia como e nem porque, foi onde resolvi consultar um médico.”

1 ocorrência como noção de tempo:
·        “Nesta última quarta-feira, fui para casa da minha mãe, pois estudo fora, nos sentamos e conversamos sobre tudo, inclusive sobre HIV, onde ela bateu nesta tecla...”
    
  
 
3.2 Análise dos dados 



arcaico (22/90)
moderno
(50/90)
contEMPORÂNEO
(18/90)
INTERNET
(10/10)
Lugar
90,9% (20)
82,0% (41)
55,5% (10)
50,0% (5)
Relativo
9,01% (2)
14,0% (7)
38,9% (7)
30,0% (3)
Causa
-
2,0% (1)
-
10,0% (1)
Tempo
-
2,0% (1)
5,6% (1)
10,0% (1)
total
100%
100%
100%
100%
* O número entre parêntesis indica o número de ocorrências encontradas nas 90 frases examinadas no Corpora fornecido pelo professor. E nas 10 da internet.


            Analisando os resultados, parece haver uma mudança considerável no uso do onde,  que passa da noção mais concreta de lugar / locativo para a noção mais abstrata de pronome relativo, retomando um termo qualquer, não necessariamente com valor de lugar.
            Observa-se que enquanto a noção locativa vai perdendo forças, inversamente, os traços do onde como pronome relativo sem referência locativa cresce paulatinamente de 9,01% no período arcaico até atingir 38,9% no período contemporâneo, na escrita, e 30% em depoimentos transcritos na internet, ainda que a noção de lugar prevaleça mesmo nos dias de hoje (55,5% e 50%, respectivamente, na escrita contemporânea e nos depoimentos transcritos na internet) .
            Apesar do uso do onde com noção de causalidade e tempo terem se manifestado desde o período moderno, as ocorrências não se mostraram suficientes para tirarmos conclusões na primeira etapa deste trabalho, por isso buscamos o seu emprego em depoimentos transcritos na internet, mas a expectativa de encontrar mais ocorrências com noção de causalidade e de tempo continuaram não sendo suficientes para afirmarmos alguma tendência. Constatamos apenas que enquanto o uso do onde como locativo diminui, o emprego das outras formas aumenta.
                                   
4. CONCLUSÃO
           

            Observamos que, apesar das gramáticas tradicionais consultadas contemplarem o onde  com a classificação de advérbio de lugar e relativo, ambos com sentido de lugar, seus outros usos com sentidos semânticos esvaziados estão consolidados no português atual, partindo a sua trajetória de item lexical locativo (advérbio) para um item mais gramatical (pronome relativo, noção de causa e de tempo), uma vez que assume o papel de organizar outros itens no discurso, ligando e/ou identificando partes do texto já mencionadas ou por mencionar, expressando noções gramaticais.


item lexical > item gramatical

1) Advérbio de lugar e advérbio relativo de lugar > pronome relativo

2) espaço > causa

2) espaço > tempo

conteúdo semântico +  concreto  > conteúdo semântico + abstrato

           
            Tanto a escrita como a fala, exemplificadas neste trabalho, como os dicionários já apresentam essas novas formas de emprego utilizadas com naturalidade pelos falantes da língua. No dicionário Aurélio (1999, p. 1445), no Houais (2001, p.2064) e no Michaellis (1998, p. 1493) é apontado pelo menos um desses emprego do onde.
           

5. BIBLIOGRAFIA

CUNHA, Celso. Gramática da Língua Portuguesa, 1982.

BECHARA, Evanildo. Gramática escolar da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Lucerna, 2006.

FERREIRA, Aurélio B. H. Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira,1999.

HOPPER, Paul J. Gramaticalization. Cambridge: Cambridge University Press, 1993.

HOUAISS, Instituto Antônio. Dicionário Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.

MICHAELIS.Moderno Dicionário da Língua Portuguesa.São Paulo: Melhoramentos,1998.

MARTELOTTA, M.E., S.J. Votre e M.M. Cesário. Gramaticalização do português do Brasil. Uma abordagem funcional. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1996.

OLIVEIRA, Roberta Pires. Onde: Adjunto adverbial de lugar? IEL/UNICAMP. In: Estudos Lingüísticos XV. Santos: GEL, 1987.

ROCHA LIMA. Gramática Normativa da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: José Olympio, 44a ed, 2005.

VITRAL, Lorenzo e RAMOS, Jânia. Gramaticalização uma abordagem formal. Belo Horizonte, 2006.

INTERNET:
acesso em 11 de junho de 2007.




6. APÊNDICE: CORPORA

 

Período arcaico XIII a XVI


Livro de linhagens

  1. e em como os vossos avoos, donde descendedes, por gram seu trabalho e por mortes e lazeiras, ganharom o reino de Portugal. (RELATIVO)
  2. usarom aqueles donde viides (LOCATIVO)
  3. ...como aquel cavaleiro pareceu com aquela grande hasta en'o cabeço que estava acima donde lidavades a vista dos vossos... (LOCATIVO)

Conselhos de João Duarte

  1. os senhores acharião donde tomassem capellães honestos (LOCATIVO)
  2. e quando algus uos desprouuesem terieis donde tomar outro (LOCATIVO)
  3. em qualquer lugar hu uos çhegais onde aJa albergarias (LOCATIVO)
  4. eles a não auerião por graueza qa onde em uosa terra se açerta de a eles darem dous e tres dias... (LOCATIVO)
  5. eu não duujdo quo em alguas fortalezas onde foram repartidos per mingoa de tres ou qatro taboas de que fizerom hu almario em que estyueram gardados (LOCATIVO)
  6. em uosa terra ha muy poucos caualos o que he grande mjngoa a terra onde os não ha pera os feitos da guerra... (LOCATIVO)
  7. e conquistando se seria camjnho per que muytos deles se tornarião ao Conheçimento da uerdade, e onde se agora faz desserujço a deus noso senhor (LOCATIVO)
  8. fazem mester de poer a christandade em a uentura donde se pode seguyr o contrario de todo o que cuydardes (RELATIVO)

Crônica de D. João

  1. a tal terra, onde todos seiaaes auondados e achees todas as cousas que uos mester fezerem. (LOCATIVO)
  2. vos hirees a terra onde achares todo o que uos comprir. (LOCATIVO)
  3. E ssayndo per huma porta da cidade que chamam do ollyuall, per onde o Condestabre saira (LOCATIVO)
  4. E chegarom ja muyto noite aa veiga de Ssam Redanhas, huma mea legoa do logar pequena, onde ja Affomsso Lourenço estaua aguardando. (LOCATIVO)

Vereações do Funchal

  1. ...leuar todas suas mercadorias em este dicto anno a medjo el Burgo ou a quallquer outra parte de Geelanda onde lhe aprouuer... (LOCATIVO)
  2. ...casas onde uender vinho... (LOCATIVO)
  3. ...nas mjnhas Jlhas do Porto Santo e Deserta onde lhe mando... (LOCATIVO)
  4. ...na antrelinha onde djz dozentos rs. que eu o ffiz por verdade... (LOCATIVO)
  5. ...os nauios que veem descaregom o que querem e leuom pera onde lhes apraz sem serem costrangidos... (LOCATIVO)
  6. ...elle matou cabras e esffolou dentro onde he deffeso... (LOCATIVO)
  7. ...per onde quer que sse mjlhor poder ffazer acharem homens... (LOCATIVO)

Período moderno XVII a XIX


Aves ilustradas

  1. pergunte-lhe com a alma santa, aonde passa a sesta, e pergunte-lhe também, aonde passa a noite... (LOCATIVO)
  2. Fazei, senhora, guardar o silêncio, porque aí assiste Deus, aonde o há. (RELATIVO)
  3. porque tudo isto indica um silêncio quieto, e aonde está o silêncio, aí está Deus, e aonde está Deus, aí crescem as virtudes. (LOCATIVO)
  4. teve Júpiter, o deus dos deuses, curiosidade de achar-se neste convite, aonde só faltaria o seu néctar: (LOCATIVO)
  5. levá-lo ao senhor com outros a acompanhá-lo a uma igreja, que estava fora da cidade, aonde se fazia festa (LOCATIVO)
  6. Se o Íris aparecer antes da tempestade, não houvera aquela universal rebelião das águas, aonde a sua braveza afogou o mundo. (RELATIVO)
  7. aqui com Deus se fala, e aonde se fala com Deus, não se fala com outrem. (LOCATIVO)
  8. se recolhermos os pensamentos, logo recolheremos as palavras, e aonde aqueles que não devem fazer ruído em a mente, como soarão estas em os ouvidos? (LOCATIVO)
  9. dizem do terreno, aonde se cria, ser entre roxo e branco; (LOCATIVO)
  10. a primeira e natural é vizinha ao nascimento da canícula com o mais ardente calor, cortando por onde parece estar mais cheia e estendida a delgadissíma casca; (LOCATIVO)
  11. ainda que descubrais o pátio só, o sol tem olhos e não é bem as veja o sol aonde as podem ver os homens... (LOCATIVO)
  12. o mosteiro é céu onde as religiosas são estrelas, (LOCATIVO)
  13. pessoas dedicadas a Deus bastam os olhos para empoá-las; aonde é impossível chegar o lodo, mancha o pó; (LOCATIVO)
  14. passeiem a sua selva estas Diannas de Deus aonde só as testemunham as flores e ainda destas sejam mais familiares as açucenas. (LOCATIVO)
  15. estes tais em chegando àquele auge donde não podem passar, logo declinam e aqui estava a fortuna violenta pelo sujeito. (LOCATIVO)
  16. Porém ela se mergulhou nas ondas e a deusa subiu ao Olímpio aonde fez queixa a Neptuno (LOCATIVO)
  17. Não estão em a Tebaida, onde um cacho de uvas mandado a Santo António Abade correu todo o deserto (LOCATIVO)
  18. Não estão em o ermo da Penhuela Carmelitano, aonde um fio de azeite em as ervas era o maior regalo em as Páscoas. (LOCATIVO)
  19. Estão aonde podem gostar sem nota, tudo o que se lhe administrar sem demasia. (LOCATIVO)
  20. que vem a ser muito maior o custo do adereço, que o do manjar aonde se consomem as manteigas nos fritos (LOCATIVO)
  21. quando se viu só com ela, lhe perguntou donde houvera aquelas jóias e galas. (LOCATIVO)
  22. pergunte-lhe com a alma santa, aonde passa a sesta, e pergunte-lhe também, aonde passa a noite, e ali em a solenidade do silêncio lhe falará ao ouvido.  (LOCATIVO)

Barra longa / Carta de Sesmaria
  1. e proseguindo-se com as mais e com o officio na Matriz onde se podem achar mais Sacerdotes. (LOCATIVO)
  2. ambos fazião Barra na fazenda de Mathias Barbosa da Silva donde se  achava hua Capella de São Jose (LOCATIVO)
  3. toda a Freguezia era montuosa onde a mayor parte dos caminhos erão intransitáveis... (LOCATIVO)
  4. 45 intrataveis e despinhados  pellos muitos Montes que ha e citios dezertos aonde costumão andar os Negros fugidos fazendo insultos (LOCATIVO)
  5. e que podia estabelecer na Capella de São José da Barra 30  Longa onde se achava Pya Baptismal e Santos Oleos; (LOCATIVO)
  6. 20 deste Governo e honde mais tocar. (RELATIVO)
  7. este mesmo Santo Patriarcha seja  Padroeiro della, donde ha Pya Baptismal por se achar no citio mais cômodo (LOCATIVO)
  8. freguezia de S. José da Barra tr. de Marianna aonde eu tabelião ao
  9. ahi aparecerão partes outorgantes havindas e contractadas aonde consta o consentimento que deo o Dr. Manoel Gomes Pinheiro. (RELATIVO)

Antonil

  1. achará confusão e ignomínia no título de senhor de engenho, donde esperava acrescentamento de estimação e de crédito. (CAUSA)
  2. Donde nasce o serem malquistos e murmurados dos que os não podem sofrer... (LOCATIVO)
  3. quão grande mal é o pecado mortais que pena lhe tem Deus aparelhada nesta e na outra vida, aonde a alma vive e viverá imortalmente (LOCATIVO)
  4. assistir aonde os escravos trabalham para que se faça o serviço como é bem; (LOCATIVO)
  5. Ao feitor da moenda, aonde se mói por sete ou oito meses, quarenta ou cinquenta mil réis (LOCATIVO)
  6. Aos que assistem nos partidos e fazendas, também hoje, aonde a lida é grande, dão quarenta ou quarenta e cinco mil réis. (LOCATIVO)
  7. mas é necessária a experiência local, a saber, do lugar e qualidade da cana, aonde se planta e se mói, (LOCATIVO)
  8. para que vejam juntamente donde nasce o purgar bem ou mal (TEMPO)
  9. se têm alma e se ela morre e para onde vai quando se aparta do corpo. (LOCATIVO)
  10. há-de ter actualmente duas casas abertas com notável prejuízo, aonde quer que falte a sua assistência e com dobrada despesa. (LOCATIVO)
  11. o melhor conselho será pô-los em casa de algum parente ou amigo grave e honrado, onde não haja ocasiões de tropeçar (LOCATIVO)
  12. não faltarão casas aonde se possam fazer trocas e receber recompensas. (LOCATIVO)
  13. um senhor de engenho a um lavrador que tem cana livre para a moer aonde quiser (LOCATIVO)

Garção

  1. e por isso há tanto de maravilhoso na Sagrada Escritura, onde são tão frequentes os sucessos extraordinários (RELATIVO)
  2. para transportarmos uma coisa, é preciso primeiro tirá-la de onde estava para a levarmos para onde a queremos pôr: (LOCATIVO)
  3. mas tão cobardes e medrosos que tarde ou nunca chegarão aonde eles subiram. (LOCATIVO)
  4. veio um menino com um ponteiro na fraca mão estar mostrando no mapa aonde é Lisboa, aonde está Roma, aonde foi Cartago! (LOCATIVO)
  5. saem dos templos os sacerdotes abraçados com as sagradas relíquias, mas não têm para onde fujam. (LOCATIVO)
  6. Aonde está o reino fundado pela vossa mão? Aonde está a forte gente que morria pela honra do vosso nome e pela glória de seu Rei? (LOCATIVO)
  7. aqui, no centro da paz; aqui aonde as leis mais Justas e mais santas não sofrem que os vícios ultrajem as virtudes (LOCATIVO)
  8. Mas esta súbita mudança de onde nasceu, ó Árcades? (RELATIVO)

Período contemporâneo XX a XXI


Rosa: “Sarapalha”
  1. ...na terra bonita onde mora a maleita. (RELATIVO)
  2. Tão sabidos [os passopretos], que as grimpas de onde saíram balançam, mas não há a menor agitação nos sabres, nem nos colmos e nem nas espigas do milharal.  (LOCATIVO)
  3. Mas não paga a pena querer pensar onde é que ela pode estar a uma hora destas... (LOCATIVO)
  4. e nada dos dois homens se mexerem de onde estão. (LOCATIVO)
  5. E ninguém não pôde saber pra onde foi que eles foram... Ir, para onde? (LOCATIVO)
  6. Lá onde está o cruzeiro, morreu um trabalhador de roça, um velho. (LOCATIVO)


Bula de remédio

Não foi encontrada nenhuma menção ao item onde.

"Hoje em Dia"

  1. ...mas entende que a expulsão do colega foi o resultado de uma partida tensa, onde “os ânimos estavam à flor da pele".
  2. Só para esclarecer a oposição, que ouviu o galo cantar e não sabe onde... (LOCATIVO)
  3. O escritor só não relatou que Coutinho entregou a turma porque foi rechaçado da reunião do Hotel Naoun, em Brasília, onde a armação foi feita. (LOCATIVO)

Heródoto

  1. ...a ampliação do conhecimento através dos contos e lendas populares onde fantasia e realidade se confundem, não porque fogem à verdade... (RELATIVO)
  2. afirma sua disposição em implementar um método onde o rigor no tratamento às fontes e a objetividade ao relatar os acontecimentos ficam evidentes nas primeiras linhas da Guerra do Peloponeso. (RELATIVO)
  3. as razões consideradas científicas não implica na existência de um princípio de exclusão, onde uma razão só pode existir quando anula a outra. (RELATIVO)
  4. No ambiente da pólis grega foi possível o estabelecimento de uma nova forma de pensamento político onde o poder ou governo - kratos - era exercido pelo povo - demos. (RELATIVO)
  5. o advento da cidade grega marca o declínio do sistema onde os juramentos decidiam através da força religiosa (RELATIVO)
  6. os rituais davam existência a zonas mágicas onde os poderes do mythos agia por gestos, como dançar, beber e cantar... (RELATIVO)
  7. Na e pela literatura escrita instaura-se esse tipo de discurso onde o lógos não é somente palavra, onde ele assumiu o valor da racionalidade demonstrativa... (RELATIVO)

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