Liane Maria Miranda Cardoso
Raquel Teles Yehezkel
O TERMO “ONDE” E A NOÇÃO DE GRAMATICALIZAÇÃO
Trabalho requisitado pela disciplina
“Tópicos em sintaxe: Gramaticalização (LET 051)”,
ministrada pelo prof. dr. Lorenzo Vitral.
Faculdade de Letras, UFMG
Belo Horizonte
Junho de 2007
1. DEFINIÇÕES E PRESSUPOSTOS TEÓRICOS
O conceito de gramaticalização
estipulado por Millet (1912) serve como instrumento útil para descrever alguns
processos da língua, podendo ser um quadro teórico ou um conjunto de
referências teóricas usado para demonstrar as variações na língua em sua forma
diacrônica.
Segundo Vitral (2006), baseado nos
estágios previstos por Hopper e Traugott (1993), o processo de gramaticalização
trata da “transição gradual de ‘palavras principais’ para ‘palavras acessórias’
e, enfim, para palavras gramaticais”, que, em seguida, transformam-se “em
clíticos e afixo, antes de desaparecerem completamente”:
item lexical > item gramatical > clítico > afixo;
sendo justamente esse processo de surgimento de elementos
gramaticais a partir da extensão do uso de itens lexicais o que chamamos de
gramaticalização.
A gramaticalização é um processo unidirecional de
mudança de um item lexical para um item gramatical, em que a mudança não ocorre
abruptamente, mas passa por estágios onde as várias formas coexistem por um
período de tempo, podendo a primeira cair em desuso. As novas formas surgem
para preservar a especificidade da língua e preservarão algum resíduo do
original, com novos sentidos agregados. A gramaticalização inicia-se na fala
para depois chegar à escrita.
Vitral afirma que nos últimos anos os estudos de
gramaticalização têm se dividido a partir de dois eixos principais, sendo que o
primeiro, baseado nas idéias de Humbolt, enfatiza o papel da evolução das
categorias da língua, evidenciando os processos diacrônicos no âmbito da oração
que reanalisam itens lexicais que se transformam em itens gramaticais,
tornando-se mais previsíveis. O segundo eixo evidencia a interação entre
sintaxe e discurso, segundo o qual os padrões sintáticos resultariam do próprio
uso, e, por isso, “os componentes gramaticais de qualquer língua não seriam
unidades autônomas”.
Baseados nos conceitos acima e também na orientação de
Martelotta (1996) – que atenta para os diferentes sentidos em que o termo
gramaticalização tem sido usado – focalizaremos no sentido dado por ele, em que
gramaticalização “designa um processo unidirecional segundo o qual itens
lexicais e construções sintáticas, em determinados contextos, passam a assumir
funções gramaticais e, uma vez gramaticalizados, continuam a desenvolver novas
funções gramaticais”, entendendo itens lexicais em termos prototípicos como
“elementos que fazem referência a dados do universo biossocial: designam
entidades, ações e qualidades” e itens gramaticais como aqueles que “organizam os itens do léxico no discurso:
ligam partes do texto, identificam partes do texto já mencionadas ou por
mencionar, marcam estratégias interativas, expressam noções gramaticais como,
por exemplo, tempo, aspecto e modo.” A partir desse arcabouço teórico
observaremos, na abordagem a seguir, o processo de gramaticalização do onde.
1.1. Proposta e justificativa
Este trabalho tem como objetivo
analisar os diferentes usos do onde à luz do processo de
gramaticalização.
Estudando a questão da gramaticalização em sala de aula
e atentos aos casos de gramaticalização
em língua portuguesa, nos deparamos com usos diversificados do onde. O onde
é tradicionalmente classificado pelas gramáticas como advérbio de lugar e
relativo – em ambos os casos com sentido referencial de lugar (locativo) –, mas
tem-se visto que esta classificação não atende à variedade de usos que ele
apresenta, tornando-se assim o motivo desta pesquisa. A diversidade de usos com
sentidos deslocados provocam uma ruptura com o sentido referencial,
originalmente de lugar, quer por questões sintáticas ou por questões
semânticas. Este estudo é uma tentativa de descrever esse percurso, fazendo uma
abordagem desses usos.
Verificamos também a possibilidade de adensamento
teórico, introduzindo a questão das variações no uso das formas onde, donde
e aonde, tendo como hipótese que o esvaziamento semântico do onde
como referencial de lugar estaria criando uma tendência de usar o aonde
no sentido restrito locativo, enquanto o onde assumiria na fala os
sentidos mais esvaziados de partícula relativa, de causalidade e de tempo.
Segundo Houaiss (2001), onde vem do latim unde, de onde, que no
latim vulgar substituiu ubi, onde, no lugar em que, sentido estático que
levou o advérbio a ser empregado regido por preposição como para onde, por
onde, de onde = donde, a onde = aonde, desde
onde, até onde.
“O uso desses advérbios, tanto regional (até hoje) como
historicamente, nunca foi rigorosamente delimitado no espaço ideal, o que é
obra das preceptivas gramaticais, que, na distinção das formas, buscam
delimitar o espaço, partindo da base neutra onde e dela inferindo relações
de acordo com as preposições regentes, o que nunca foi possível para com a
dualidade aonde:adonde; sob as funções adonde, aonde, donde
e onde, esse advérbio e variações ocorrem desde as origens da língua; onde,
que passara a significar o caduco latim ubi ‘lugar em que’, passou a ser
antecedido de outras preposições, como de de “proveniência’ (e, assim, donde),
e como a de ‘destinação’ (e, assim, aonde), e ainda adonde,
como equivalência de aonde a partir do momento em que onde e donde
se fizeram sinônimos (donde em espanhol equivale ao nosso onde).”
(Houaiss, p. 2064)
Concluímos, porém, no decorrer da pesquisa e com base no argumento
de Houaiss, que, por se tratar de um termo amplamente empregado na língua,
histórica e sincronicamente, essas variações e seus usos devem ser tema de um
outro trabalho. Ainda assim, optamos por listar os casos de emprego do onde,
donde e aonde para que sirvam de dados para um trabalho futuro.
Baseados no argumento proporcionado por Vitral (2006:
14) de que os “padrões sintáticos resultam do próprio uso”, o ponto inicial
deste estudo foi o levantamento e descrições do onde em corpora
que incluísse desde o português arcaico até o português moderno, com o objetivo
de verificar sua variedade de usos e ver confirmada a justificativa
apresentada.
2. “ONDE”: GRAMATICALIZAÇÃO EM PROCESSO
As gramáticas tradicionais classificam o onde como
advérbio de lugar, advérbio interrogativo de lugar e locução adverbial de lugar
(CUNHA, 1982, p. 498-501), como advérbio relativo empregado com antecedente
(ROCHA LIMA, 2005, p. 176): “Fica ali a encruzilhada, onde ergueram uma
cruz de pedra”, ou, simplesmente, como relativo (BECHARA, 2005:171), mas, em
todos os casos, percebe-se que o termo estabelece unicamente a noção de lugar
(locativo). Como em nosso estudo buscamos analisar os diferentes usos do onde
à luz do paradigma da gramaticalização, tendo como principal argumento o
esvaziamento semântico do termo, procuramos analisar contextos em que o onde
mostre sinais de mudança no emprego e nas funções assumidas por ele no ato
do discurso.
2.1. Gramaticalização do “onde” e a perda de conteúdo semântico
Conforme Hopper e Traugott (1993), na gramaticalização
as variantes caminham de uma acepção concreta para uma mais abstrata, com
esvaziamento semântico. O item lexical é mais livre e pode acontecer de forma
independente, enquanto o item gramatical é mais preso pois só faz sentido na
relação com outro. A mudança do item envolve uma reanálise da estrutura;
ocorrida a reanálise começa a haver redução sintática e semântica. Com base
nesse argumento, observando os contextos reais de comunicação oral e da escrita
coloquial no português atual percebemos que o valor locativo do onde, de
estabelecer uma noção de lugar, não está
tão claro.
Nossa hipótese é que o onde está passando por um
processo de esvaziamento semântico e adquirindo novos usos. Além de seu emprego
como advérbio de lugar e relativo (anafórico e catafórico) estabelecendo noção
de lugar, reconhecidos pelas gramáticas tradicionais, percebemos outras três
funções para o uso do onde:
a) relativização do onde,
usado com valor de pronome relativo, sem o sentido referencial de lugar, mas
simplesmente como termo que reproduz “o sentido de um termo ou a totalidade de
uma oração anterior e que não tem significação própria” conforme a definição de
Rocha Lima para pronomes relativos (p. 116);
b) noção de causalidade, características de conjunções
como pois e porque;
c) noção de tempo,
usado no lugar de quando e enquanto.
O valor locativo do onde é o ponto de partida
para sua gramaticalização. Os novos sentidos são inferidos do sentido original.
3. ANÁLISE DO FENÔMENO
Tradicionalmente o onde é classificado como
advérbio de lugar ou relativo que retoma a noção de lugar, mas no português atual
o onde se esvazia semanticamente e adquire novas funções de cunho mais
gramatical. Admitimos que há três trajetórias básicas que, partindo do valor
locativo original do onde, geram diferentes formas de uso.
1) Uma das trajetórias faz com que o onde assuma
papel de pronome relativo.
Ex.: O advento da cidade grega marca o
declínio do sistema onde os juramentos decidiam através da força religiosa.
2) Outra trajetória leva o onde a assumir noção
de causalidade.
Ex.: Pedro foi sorteado na loteria, foi onde ficou rico.
3) E, por último, o onde assume a noção de tempo.
Ex: A hora em que o
jogador escorregou, foi onde eles levaram o gol.
3.1. Corpora
Corpos utilizados: textos escritos no
português arcaico do século XIII ao XVI, do português moderno século XVI ao XIX,
do período contemporâneo séculos XX e XXI, e depoimentos transcritos na
internet.
Entre os textos do período arcaico
analisamos as ocorrências do onde em “Livro de Linhagens”, “Conselhos de
João Duarte”, “Crônica de Dom João” e “Vereações do Funchal”. Do período
moderno analisamos “Artes ilustradas”, “Barra Longa / Carta de Sesmaria”,
“Antonil e Garção”. Dos contemporâneos: “Rosa: Sarrapalha”, “Bula de Remédio”,
“Jornal Hoje em Dia” e “Heródoto”. Nesses corpora observamos 90 ocorrências do
elemento onde com a seguinte
distribuição:
·
13 ocorrências da forma donde;
·
38 ocorrências da forma aonde;
·
39 ocorrência da forma onde
Período arcaico: 20
ocorrências com o valor de Lugar 90,9%
02 ocorrências
com valor de pronome Relativo 9,1%
22
ocorrências
2 ocorrências
como pronome relativo:
·
“e em como os vossos
avoos, donde descendedes, por gram seu trabalho e por mortes e
lazeiras, ganharom o reino de Portugal.” (donde com conotação de origem,
mas não de lugar.)
·
“fazem
mester de poer a christandade em a uentura donde se pode seguyr o
contrario de todo o que cuydardes” (donde refere-se “a ventura”, que não
expressa noção de lugar.)
Período Moderno: 41
Lugar 82%
07 Relativo 14%
01
Causa 2%
01
Tempo 2%
50
Ocorrências
Exemplos
de ocorrências como pronome relativo:
·
“Fazei, senhora, guardar o silêncio, porque nele
assiste Deus, aonde O há.”
·
“Se o Íris aparecer antes da tempestade, não houvera aquela
universal rebelião das águas, aonde a sua braveza afogou o mundo.”
·
“que vem a ser muito maior o custo do adereço, que o do manjar
aonde se consomem as manteigas nos fritos”
·
“20 deste Governo e honde mais tocar.” (e a quem mais
tocar)
1 ocorrência como noção de causa:
·
“achará confusão e
ignomínia no título de senhor de engenho, donde esperava acrescentamento
de estimação e de crédito” (já que se esperava...; pois se
esperava...)
1 ocorrência com noção de tempo:
·
“para que vejam juntamente donde nasce o
purgar bem ou mal” (quando nasce...)
Período contemporâneo: 10
Lugar 55,5%
07 Relativo 38,9%
01 Tempo 5,6%
18
Ocorrências
Exemplos
de ocorrências como pronome relativo:
·
“afirma sua disposição em implementar um método onde
o rigor no tratamento às fontes e a objetividade ao relatar os acontecimentos
ficam evidentes nas primeiras linhas da Guerra
do Peloponeso.”
·
“as razões consideradas científicas não implica na
existência de um princípio de exclusão, onde uma razão só pode existir
quando anula a outra.”
·
“o advento
da cidade grega marca o declínio do sistema onde os juramentos decidiam
através da força religiosa”
·
“os rituais davam existência a zonas mágicas onde os
poderes do mythos agia por gestos,
como dançar, beber e cantar...”
1 ocorrência com
noção de tempo:
·
“mas entende que a expulsão do colega foi o resultado de
uma partida tensa, onde os ânimos estavam à flor da pele.” (quando
os ânimos estavam a flor da pele.)
Depoimentos transcritos na internet: Analisamos
o uso do onde também na fala
contemporânea, observando depoimentos de pessoas que estão transcritos na
internet, no site www.abcdaids.com.br
. O resultado obtido foi de 10 ocorrências do onde, das quais foram:
05
Lugar 50%
01 Causa 10%
01 Tempo 10%
10 Ocorrências
1 ocorrência como noção de causa:
·
“Apareceram
gânglios em meu corpo e não sabia como e nem porque, foi onde resolvi consultar um médico.”
1 ocorrência como noção de tempo:
·
“Nesta
última quarta-feira, fui para casa da minha mãe, pois estudo fora, nos sentamos
e conversamos sobre tudo, inclusive sobre HIV, onde ela bateu nesta tecla...”
3.2 Análise dos
dados
|
arcaico (22/90)
|
moderno
(50/90)
|
contEMPORÂNEO
(18/90)
|
INTERNET
(10/10)
|
Lugar
|
90,9% (20)
|
82,0% (41)
|
55,5% (10)
|
50,0% (5)
|
Relativo
|
9,01% (2)
|
14,0% (7)
|
38,9% (7)
|
30,0% (3)
|
Causa
|
-
|
2,0% (1)
|
-
|
10,0% (1)
|
Tempo
|
-
|
2,0% (1)
|
5,6% (1)
|
10,0% (1)
|
total
|
100%
|
100%
|
100%
|
100%
|
*
O número entre parêntesis indica o número de ocorrências encontradas nas 90
frases examinadas no Corpora fornecido pelo professor. E nas 10 da internet.
Analisando os resultados, parece haver uma mudança
considerável no uso do onde, que
passa da noção mais concreta de lugar / locativo para a noção mais abstrata de
pronome relativo, retomando um termo qualquer, não necessariamente com valor de
lugar.
Observa-se que enquanto a noção locativa vai perdendo
forças, inversamente, os traços do onde
como pronome relativo sem referência locativa cresce paulatinamente de 9,01% no
período arcaico até atingir 38,9% no período contemporâneo, na escrita, e 30%
em depoimentos transcritos na internet, ainda que a noção de lugar prevaleça
mesmo nos dias de hoje (55,5% e 50%, respectivamente, na escrita contemporânea
e nos depoimentos transcritos na internet) .
Apesar do uso do onde com noção de causalidade e
tempo terem se manifestado desde o período moderno, as ocorrências não se
mostraram suficientes para tirarmos conclusões na primeira etapa deste
trabalho, por isso buscamos o seu emprego em depoimentos transcritos na
internet, mas a expectativa de encontrar mais ocorrências com noção de
causalidade e de tempo continuaram não sendo suficientes para afirmarmos alguma
tendência. Constatamos apenas que enquanto o uso do onde como locativo
diminui, o emprego das outras formas aumenta.
4.
CONCLUSÃO
Observamos que, apesar das
gramáticas tradicionais consultadas contemplarem o onde com a classificação de advérbio de lugar e
relativo, ambos com sentido de lugar, seus outros usos com sentidos
semânticos esvaziados estão consolidados no português atual, partindo a sua
trajetória de item lexical locativo (advérbio) para um item mais gramatical
(pronome relativo, noção de causa e de tempo), uma vez que assume o papel de
organizar outros itens no discurso, ligando e/ou identificando partes do texto
já mencionadas ou por mencionar, expressando noções gramaticais.
item lexical > item gramatical
1) Advérbio de lugar e advérbio relativo de lugar > pronome relativo
2) espaço > causa
2) espaço > tempo
conteúdo semântico + concreto
> conteúdo semântico + abstrato
Tanto a escrita como a fala, exemplificadas neste
trabalho, como os dicionários já apresentam essas novas formas de emprego
utilizadas com naturalidade pelos falantes da língua. No dicionário Aurélio
(1999, p. 1445), no Houais (2001, p.2064) e no Michaellis (1998, p. 1493) é
apontado pelo menos um desses emprego do onde.
5.
BIBLIOGRAFIA
CUNHA, Celso. Gramática da Língua Portuguesa, 1982.
BECHARA, Evanildo. Gramática escolar da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro:
Lucerna, 2006.
FERREIRA, Aurélio B. H. Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa.
Rio de Janeiro: Nova Fronteira,1999.
HOPPER, Paul J. Gramaticalization.
Cambridge: Cambridge University Press, 1993.
HOUAISS, Instituto Antônio. Dicionário Houaiss da língua portuguesa.
Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.
MICHAELIS.Moderno Dicionário da Língua Portuguesa.São Paulo:
Melhoramentos,1998.
MARTELOTTA, M.E., S.J. Votre e M.M. Cesário. Gramaticalização do português do Brasil. Uma abordagem funcional.
Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1996.
OLIVEIRA, Roberta Pires. Onde:
Adjunto adverbial de lugar? IEL/UNICAMP. In: Estudos Lingüísticos XV.
Santos: GEL, 1987.
ROCHA LIMA. Gramática Normativa
da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: José Olympio, 44a ed,
2005.
VITRAL, Lorenzo e RAMOS, Jânia. Gramaticalização
uma abordagem formal. Belo Horizonte, 2006.
INTERNET:
acesso em 11 de junho de 2007.
6. APÊNDICE: CORPORA
Período arcaico XIII a XVI
Livro de linhagens
- e em como os vossos avoos, donde descendedes, por gram seu trabalho e por mortes e lazeiras, ganharom o reino de Portugal. (RELATIVO)
- usarom aqueles donde viides (LOCATIVO)
- ...como aquel cavaleiro pareceu com aquela grande hasta en'o cabeço que estava acima donde lidavades a vista dos vossos... (LOCATIVO)
Conselhos de João Duarte
- os senhores acharião donde tomassem capellães honestos (LOCATIVO)
- e quando algus uos desprouuesem terieis donde tomar outro (LOCATIVO)
- em qualquer lugar hu uos çhegais onde aJa albergarias (LOCATIVO)
- eles a não auerião por graueza qa onde em uosa terra se açerta de a eles darem dous e tres dias... (LOCATIVO)
- eu não duujdo quo em alguas fortalezas onde foram repartidos per mingoa de tres ou qatro taboas de que fizerom hu almario em que estyueram gardados (LOCATIVO)
- em uosa terra ha muy poucos caualos o que he grande mjngoa a terra onde os não ha pera os feitos da guerra... (LOCATIVO)
- e conquistando se seria camjnho per que muytos deles se tornarião ao Conheçimento da uerdade, e onde se agora faz desserujço a deus noso senhor (LOCATIVO)
- fazem mester de poer a christandade em a uentura donde se pode seguyr o contrario de todo o que cuydardes (RELATIVO)
Crônica de D. João
- a tal terra, onde todos seiaaes auondados e achees todas as cousas que uos mester fezerem. (LOCATIVO)
- vos hirees a terra onde achares todo o que uos comprir. (LOCATIVO)
- E ssayndo per huma porta da cidade que chamam do ollyuall, per onde o Condestabre saira (LOCATIVO)
- E chegarom ja muyto noite aa veiga de Ssam Redanhas, huma mea legoa do logar pequena, onde ja Affomsso Lourenço estaua aguardando. (LOCATIVO)
Vereações do Funchal
- ...leuar todas suas mercadorias em este dicto anno a medjo el Burgo ou a quallquer outra parte de Geelanda onde lhe aprouuer... (LOCATIVO)
- ...casas onde uender vinho... (LOCATIVO)
- ...nas mjnhas Jlhas do Porto Santo e Deserta onde lhe mando... (LOCATIVO)
- ...na antrelinha onde djz dozentos rs. que eu o ffiz por verdade... (LOCATIVO)
- ...os nauios que veem descaregom o que querem e leuom pera onde lhes apraz sem serem costrangidos... (LOCATIVO)
- ...elle matou cabras e esffolou dentro onde he deffeso... (LOCATIVO)
- ...per onde quer que sse mjlhor poder ffazer acharem homens... (LOCATIVO)
Período moderno XVII a XIX
Aves ilustradas
- pergunte-lhe com a alma santa, aonde passa a sesta, e pergunte-lhe também, aonde passa a noite... (LOCATIVO)
- Fazei, senhora, guardar o silêncio, porque aí assiste Deus, aonde o há. (RELATIVO)
- porque tudo isto indica um silêncio quieto, e aonde está o silêncio, aí está Deus, e aonde está Deus, aí crescem as virtudes. (LOCATIVO)
- teve Júpiter, o deus dos deuses, curiosidade de achar-se neste convite, aonde só faltaria o seu néctar: (LOCATIVO)
- levá-lo ao senhor com outros a acompanhá-lo a uma igreja, que estava fora da cidade, aonde se fazia festa (LOCATIVO)
- Se o Íris aparecer antes da tempestade, não houvera aquela universal rebelião das águas, aonde a sua braveza afogou o mundo. (RELATIVO)
- aqui com Deus se fala, e aonde se fala com Deus, não se fala com outrem. (LOCATIVO)
- se recolhermos os pensamentos, logo recolheremos as palavras, e aonde aqueles que não devem fazer ruído em a mente, como soarão estas em os ouvidos? (LOCATIVO)
- dizem do terreno, aonde se cria, ser entre roxo e branco; (LOCATIVO)
- a primeira e natural é vizinha ao nascimento da canícula com o mais ardente calor, cortando por onde parece estar mais cheia e estendida a delgadissíma casca; (LOCATIVO)
- ainda que descubrais o pátio só, o sol tem olhos e não é bem as veja o sol aonde as podem ver os homens... (LOCATIVO)
- o mosteiro é céu onde as religiosas são estrelas, (LOCATIVO)
- pessoas dedicadas a Deus bastam os olhos para empoá-las; aonde é impossível chegar o lodo, mancha o pó; (LOCATIVO)
- passeiem a sua selva estas Diannas de Deus aonde só as testemunham as flores e ainda destas sejam mais familiares as açucenas. (LOCATIVO)
- estes tais em chegando àquele auge donde não podem passar, logo declinam e aqui estava a fortuna violenta pelo sujeito. (LOCATIVO)
- Porém ela se mergulhou nas ondas e a deusa subiu ao Olímpio aonde fez queixa a Neptuno (LOCATIVO)
- Não estão em a Tebaida, onde um cacho de uvas mandado a Santo António Abade correu todo o deserto (LOCATIVO)
- Não estão em o ermo da Penhuela Carmelitano, aonde um fio de azeite em as ervas era o maior regalo em as Páscoas. (LOCATIVO)
- Estão aonde podem gostar sem nota, tudo o que se lhe administrar sem demasia. (LOCATIVO)
- que vem a ser muito maior o custo do adereço, que o do manjar aonde se consomem as manteigas nos fritos (LOCATIVO)
- quando se viu só com ela, lhe perguntou donde houvera aquelas jóias e galas. (LOCATIVO)
- pergunte-lhe com a alma santa, aonde passa a sesta, e pergunte-lhe também, aonde passa a noite, e ali em a solenidade do silêncio lhe falará ao ouvido. (LOCATIVO)
Barra longa / Carta de Sesmaria
- e proseguindo-se com as mais e com o officio na Matriz onde se podem achar mais Sacerdotes. (LOCATIVO)
- ambos fazião Barra na fazenda de Mathias Barbosa da Silva donde se achava hua Capella de São Jose (LOCATIVO)
- toda a Freguezia era montuosa onde a mayor parte dos caminhos erão intransitáveis... (LOCATIVO)
- 45 intrataveis e despinhados pellos muitos Montes que ha e citios dezertos aonde costumão andar os Negros fugidos fazendo insultos (LOCATIVO)
- e que podia estabelecer na Capella de São José da Barra 30 Longa onde se achava Pya Baptismal e Santos Oleos; (LOCATIVO)
- 20 deste Governo e honde mais tocar. (RELATIVO)
- este mesmo Santo Patriarcha seja Padroeiro della, donde ha Pya Baptismal por se achar no citio mais cômodo (LOCATIVO)
- freguezia de S. José da Barra tr. de Marianna aonde eu tabelião ao
- ahi aparecerão partes outorgantes havindas e contractadas aonde consta o consentimento que deo o Dr. Manoel Gomes Pinheiro. (RELATIVO)
Antonil
- achará confusão e ignomínia no título de senhor de engenho, donde esperava acrescentamento de estimação e de crédito. (CAUSA)
- Donde nasce o serem malquistos e murmurados dos que os não podem sofrer... (LOCATIVO)
- quão grande mal é o pecado mortais que pena lhe tem Deus aparelhada nesta e na outra vida, aonde a alma vive e viverá imortalmente (LOCATIVO)
- assistir aonde os escravos trabalham para que se faça o serviço como é bem; (LOCATIVO)
- Ao feitor da moenda, aonde se mói por sete ou oito meses, quarenta ou cinquenta mil réis (LOCATIVO)
- Aos que assistem nos partidos e fazendas, também hoje, aonde a lida é grande, dão quarenta ou quarenta e cinco mil réis. (LOCATIVO)
- mas é necessária a experiência local, a saber, do lugar e qualidade da cana, aonde se planta e se mói, (LOCATIVO)
- para que vejam juntamente donde nasce o purgar bem ou mal (TEMPO)
- se têm alma e se ela morre e para onde vai quando se aparta do corpo. (LOCATIVO)
- há-de ter actualmente duas casas abertas com notável prejuízo, aonde quer que falte a sua assistência e com dobrada despesa. (LOCATIVO)
- o melhor conselho será pô-los em casa de algum parente ou amigo grave e honrado, onde não haja ocasiões de tropeçar (LOCATIVO)
- não faltarão casas aonde se possam fazer trocas e receber recompensas. (LOCATIVO)
- um senhor de engenho a um lavrador que tem cana livre para a moer aonde quiser (LOCATIVO)
Garção
- e por isso há tanto de maravilhoso na Sagrada Escritura, onde são tão frequentes os sucessos extraordinários (RELATIVO)
- para transportarmos uma coisa, é preciso primeiro tirá-la de onde estava para a levarmos para onde a queremos pôr: (LOCATIVO)
- mas tão cobardes e medrosos que tarde ou nunca chegarão aonde eles subiram. (LOCATIVO)
- veio um menino com um ponteiro na fraca mão estar mostrando no mapa aonde é Lisboa, aonde está Roma, aonde foi Cartago! (LOCATIVO)
- saem dos templos os sacerdotes abraçados com as sagradas relíquias, mas não têm para onde fujam. (LOCATIVO)
- Aonde está o reino fundado pela vossa mão? Aonde está a forte gente que morria pela honra do vosso nome e pela glória de seu Rei? (LOCATIVO)
- aqui, no centro da paz; aqui aonde as leis mais Justas e mais santas não sofrem que os vícios ultrajem as virtudes (LOCATIVO)
- Mas esta súbita mudança de onde nasceu, ó Árcades? (RELATIVO)
Período contemporâneo XX a XXI
Rosa: “Sarapalha”
- ...na terra bonita onde mora a maleita. (RELATIVO)
- Tão sabidos [os passopretos], que as grimpas de onde saíram balançam, mas não há a menor agitação nos sabres, nem nos colmos e nem nas espigas do milharal. (LOCATIVO)
- Mas não paga a pena querer pensar onde é que ela pode estar a uma hora destas... (LOCATIVO)
- e nada dos dois homens se mexerem de onde estão. (LOCATIVO)
- E ninguém não pôde saber pra onde foi que eles foram... Ir, para onde? (LOCATIVO)
- Lá onde está o cruzeiro, morreu um trabalhador de roça, um velho. (LOCATIVO)
Bula de remédio
Não foi encontrada nenhuma menção ao item onde.
"Hoje em Dia"
- ...mas entende que a expulsão do colega foi o resultado de uma partida tensa, onde “os ânimos estavam à flor da pele".
- Só para esclarecer a oposição, que ouviu o galo cantar e não sabe onde... (LOCATIVO)
- O escritor só não relatou que Coutinho entregou a turma porque foi rechaçado da reunião do Hotel Naoun, em Brasília, onde a armação foi feita. (LOCATIVO)
Heródoto
- ...a ampliação do conhecimento através dos contos e lendas populares onde fantasia e realidade se confundem, não porque fogem à verdade... (RELATIVO)
- afirma sua disposição em implementar um método onde o rigor no tratamento às fontes e a objetividade ao relatar os acontecimentos ficam evidentes nas primeiras linhas da Guerra do Peloponeso. (RELATIVO)
- as razões consideradas científicas não implica na existência de um princípio de exclusão, onde uma razão só pode existir quando anula a outra. (RELATIVO)
- No ambiente da pólis grega foi possível o estabelecimento de uma nova forma de pensamento político onde o poder ou governo - kratos - era exercido pelo povo - demos. (RELATIVO)
- o advento da cidade grega marca o declínio do sistema onde os juramentos decidiam através da força religiosa (RELATIVO)
- os rituais davam existência a zonas mágicas onde os poderes do mythos agia por gestos, como dançar, beber e cantar... (RELATIVO)
- Na e pela literatura escrita instaura-se esse tipo de discurso onde o lógos não é somente palavra, onde ele assumiu o valor da racionalidade demonstrativa... (RELATIVO)
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