sábado, 20 de julho de 2013

MÉTODO FÔNICO DE ALFABETIZAÇÃO



LET 175 / M 11 / ALFABETIZAÇÃO / Profa. Carla Coscarelli
ALUNO: RAQUEL TELES YEHEZKEL
TEMA: MÉTODO FÔNICO



MÉTODO FÔNICO



O método fônico é um método sintético – que vai das partes para o todo – cujo princípio é ensinar as relações entre sons e letras para que se relacione a palavra falada com a escrita. Assim, sua unidade mínima de análise é o som.
Passou a ser adotado em lugar do alfabético na tentativa de superar a dificuldade deste em relação à diferença entre o nome da letra e o som que a representa.

Como funciona


SOM/LETRA - SÍLABA - PALAVRA - FRASE


  • Primeiramente ensina-se a forma e os sons das vogais. O método insiste numa forte repetição até que esta associação se estabeleça e o aluno a pronuncie automaticamente.
  • Depois ensina-se cada consoante isoladamente, e seu som é combinado com cada vogal. Cada letra é aprendida com um som que, junto a outro som, pode formar sílabas.
  • Ao ensinar os sons e suas representações gráficas (grafemas), há uma seqüência que deve ser respeitada, indo-se de relações diretas entre fonemas e grafemas (como: p/b, v/f, t/d) para relações mais complexas (como as variações de letras para o fonema /s/ sapeca, cenoura, laço, assar, descer, excelente ou as variações pronúncia de o e e como em menino, tomate).
  • As sílabas são reunidas em conjunto maiores formando as palavras.
  • Com as palavras conhecidas formam-se pequenas frases.

Técnicas facilitadoras

  • Identificação das letras, repetição de seu nome e de seu som característico.
  • Identificação de fonemas em palavras ditas pelo professor ou criação de palavra a partir de um som.
  • Ênfase nos sons correspondentes a figuras com letra inicial destacada (gravura que evoque o som inicial a ser pronunciado).
  • Identificação do som final e inicial das palavras. Assim os alunos identificam o som, pensam na letra que o representa e acham palavras que começam com o mesmo som.
  • Apoio visual (gravuras) ou auditivo (gravações) para indicar sons onomatopéicos, como vozes de animais, gritos de surpresa, de dor: auau – óóó/ááá – ai.
  • Desenho sobreposto à primeira letra, visando tornar mais concreta a evocação do som (Ex: a letra p desenhada com dedos em forma de um pé).

Vantagens

  • Uso do som da letra no reconhecimento da palavra (diferente do alfabético).
  • Organização lógica, facilmente graduado em etapas precisas que possibilitam o controle do conteúdo do que já foi “dado” ou não e da aplicação de exercícios em séries pré-estabelecidas.
  • Econômico, pois exige pouco material específico.
  • Fácil de ser aplicado, mesmo por leigos, pelas qualidades lógicas e econômicas.

Desvantagens
·        A dificuldade na percepção do som da consoante, que permanece ligado ao das vogais, provoca dificuldades em reconhecê-lo dentro de combinações mais complexas, provocando a troca de letras na fase de formação de palavras.
·        Não é praticável num grande número de línguas, já que é mais eficiente quando a língua tem formas e sons invariavelmente correspondentes (no caso do português os sons e as formas p/b, v/f, t/d).
·        Necessidade de inclusão de análise da estrutura sonora da palavra para superar as deficiências (do método sintético) produzidas pelo conhecimento restrito a combinações de consoante e vogal.
·        Necessidade de se estabelecer o pronto reconhecimento da palavra pelo seu perfil visual, já que a palavra não é apenas uma mera soma de sinais isolados (letras). O método interfere na habilidade em apreender a idéia contida nas palavras, nas frases e no texto.
·        Quando a criança está ocupada em decodificar cada som da palavra (análise fonológica), não prioriza o sentido dos textos e nem o uso social da escrita.
·        Procedimentos formais, que consistem em repetições, isolados de contexto e de conteúdo reais, criam desinteresse pela leitura.

Considerações finais
Ainda hoje, na organização do ensino, a aprendizagem da relação fonema/grafema é o principal objetivo desse método, permanecendo a preocupação primordial em trabalhar os sons e as letras numa ordem determinada pela complexidade da relação entre fonemas e gramas no sistema de escrita.
Apesar das desvantagens apresentadas, é ainda largamente difundido, por ser um método econômico e de fácil aplicação.

BIBLIOGRÁFIA

FRADE, Isabel Cristina. Métodos e didáticas de alfabetização: história, características e modos de fazer de professores. Caderno do formador. Coleção Alfabetização e Letramento. Belo Horizonte: Ceale/FaE/UFMG, 2005.

SOARES, Gilda Rizzo. Estudo comparativo dos métodos de ensino da leitura e da escrita. Rio de Janeiro: Papelaria América Editora, 4 ed., 1986.

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