LET 175 / M 11 /
ALFABETIZAÇÃO / Profa. Carla Coscarelli
ALUNO: RAQUEL TELES YEHEZKEL
TEMA: MÉTODO FÔNICO
MÉTODO FÔNICO
O método fônico é um método sintético – que vai das
partes para o todo – cujo princípio é ensinar as relações entre sons e letras para
que se relacione a palavra falada com a escrita. Assim, sua unidade mínima de
análise é o som.
Passou a ser adotado em lugar do alfabético na tentativa
de superar a dificuldade deste em relação à diferença entre o nome da letra e o
som que a representa.
Como funciona
SOM/LETRA - SÍLABA - PALAVRA - FRASE
- Primeiramente ensina-se a forma e os sons das vogais. O método insiste numa forte repetição até que esta associação se estabeleça e o aluno a pronuncie automaticamente.
- Depois ensina-se cada consoante isoladamente, e seu som é combinado com cada vogal. Cada letra é aprendida com um som que, junto a outro som, pode formar sílabas.
- Ao ensinar os sons e suas representações gráficas (grafemas), há uma seqüência que deve ser respeitada, indo-se de relações diretas entre fonemas e grafemas (como: p/b, v/f, t/d) para relações mais complexas (como as variações de letras para o fonema /s/ sapeca, cenoura, laço, assar, descer, excelente ou as variações pronúncia de o e e como em menino, tomate).
- As sílabas são reunidas em conjunto maiores formando as palavras.
- Com as palavras conhecidas formam-se pequenas frases.
Técnicas facilitadoras
- Identificação das letras, repetição de seu nome e de seu som característico.
- Identificação de fonemas em palavras ditas pelo professor ou criação de palavra a partir de um som.
- Ênfase nos sons correspondentes a figuras com letra inicial destacada (gravura que evoque o som inicial a ser pronunciado).
- Identificação do som final e inicial das palavras. Assim os alunos identificam o som, pensam na letra que o representa e acham palavras que começam com o mesmo som.
- Apoio visual (gravuras) ou auditivo (gravações) para indicar sons onomatopéicos, como vozes de animais, gritos de surpresa, de dor: auau – óóó/ááá – ai.
- Desenho sobreposto à primeira letra, visando tornar mais concreta a evocação do som (Ex: a letra p desenhada com dedos em forma de um pé).
Vantagens
- Uso do som da letra no reconhecimento da palavra (diferente do alfabético).
- Organização lógica, facilmente graduado em etapas precisas que possibilitam o controle do conteúdo do que já foi “dado” ou não e da aplicação de exercícios em séries pré-estabelecidas.
- Econômico, pois exige pouco material específico.
- Fácil de ser aplicado, mesmo por leigos, pelas qualidades lógicas e econômicas.
Desvantagens
·
A
dificuldade na percepção do som da consoante, que permanece ligado ao das
vogais, provoca dificuldades em reconhecê-lo dentro de combinações mais
complexas, provocando a troca de letras na fase de formação de palavras.
·
Não é
praticável num grande número de línguas, já que é mais eficiente quando a
língua tem formas e sons invariavelmente correspondentes (no caso do português
os sons e as formas p/b, v/f, t/d).
·
Necessidade
de inclusão de análise da estrutura sonora da palavra para superar as
deficiências (do método sintético) produzidas pelo conhecimento restrito a
combinações de consoante e vogal.
·
Necessidade
de se estabelecer o pronto reconhecimento da palavra pelo seu perfil visual, já
que a palavra não é apenas uma mera soma de sinais isolados (letras). O método
interfere na habilidade em apreender a idéia contida nas palavras, nas frases e
no texto.
·
Quando a
criança está ocupada em decodificar cada som da palavra (análise fonológica),
não prioriza o sentido dos textos e nem o uso social da escrita.
·
Procedimentos
formais, que consistem em repetições, isolados de contexto e de conteúdo reais,
criam desinteresse pela leitura.
Considerações finais
Ainda hoje, na
organização do ensino, a aprendizagem da relação fonema/grafema é o principal
objetivo desse método, permanecendo a preocupação primordial em trabalhar os
sons e as letras numa ordem determinada pela complexidade da relação entre
fonemas e gramas no sistema de escrita.
Apesar das
desvantagens apresentadas, é ainda largamente difundido, por ser um método
econômico e de fácil aplicação.
BIBLIOGRÁFIA
FRADE, Isabel Cristina. Métodos e didáticas de alfabetização:
história, características e modos de fazer de professores. Caderno do formador.
Coleção Alfabetização e Letramento. Belo Horizonte: Ceale/FaE/UFMG, 2005.
SOARES, Gilda Rizzo. Estudo comparativo dos métodos de ensino da
leitura e da escrita. Rio de Janeiro: Papelaria América Editora, 4 ed.,
1986.
Nenhum comentário:
Postar um comentário